Resenha: O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald

Recém-chegado no Leste, Nick Carraway é espectador da loucura e extravagância que possuiu os americanos após o fim da Grande Guerra. Em pouco tempo, ele torna-se amigo de Gatsby, homem rico e com um passado nebuloso, que também é seu vizinho e dono de uma mansão onde promove grandes festas. Entretanto, nosso narrador, Carraway, descobre que tudo aquilo que Gatsby conquistou e ostentava em suas festas era alimentado por um único objetivo: reconquistar seu passado, Daisy.


Quando saiu do lado oeste de seu país para aprender e atuar no negócio de títulos, Nick Carraway provavelmente não esperava que sua vida seria tomada por tantos acontecimentos estranhos. Já no leste, ele aluga uma pequena casa que era rodeada por mansões, onde podia observar e ‘desfrutar’ de toda aquela riqueza de forma indireta.



O livro O Grande Gatsby divide-se em nove capítulos, que resultam em pouco mais que 250 páginas. A obra é narrada em 1ª pessoa por Nick Carraway, que é uma das personagens e observa e expõe todos os acontecimentos. 



Tudo realmente tem início quando Nick visita a casa dos Buchanan, no outro lado da baía, para participar de um jantar. O arrogante e insensível – e muito rico – Tom Buchanan foi seu colega na faculdade, e é agora marido de sua prima, Daisy. Nesta ocasião também conhece a srta. Baker, um jovem golfista que logo chama a atenção de Nick. Assim, em meio ao preconceito e suspeitas de traição, ele começa a ser exposto à rotina daquela família.


Nick também é vizinho de Gatsby, um homem rico e misterioso, que costumava promover festas regadas à álcool e muito jazz em sua mansão. Logo os dois tornam-se amigos e Gatsby revela seus segredos. Toda aquela riqueza que ele havia conquistado, as festas que ele promovia, tudo foi movido com um único sonho: chamar a atenção de Daisy, seu antigo amor, e reconquistá-la. Nick tentará ajudar Gatsby a realizar seu desejo, já que ele é primo da tão amada mulher. 

A partir daí o enredo vai se desenvolvendo em meio à traições e tragédias, trazendo à tona muitos outros segredos que rondam a vida das personagens, e principalmente os do grande Jay Gatsby.

Originalmente publicado em 1925, O Grande Gatsby é considerado por muitos a melhor obra de Fitzgerald. Com este livro, ele mostrou ser não só um grande escritor, mas também um exímio historiador de sua época. Como uma das mais agudas críticas ao “sonho americano”, a obra retrata a rotina e os costumes de uma sociedade próspera e desenfreada, vivendo o caos que tomou os Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial. Nota-se também os contrastes existentes entre o romântico “velho oeste” e o frio leste desenvolvido.

As personagens mostram-se um tanto frias e vazias de sentimentos, onde a beleza é sempre associada à corrupção. Através de Jay Gatsby, também podemos perceber tudo o que uma pessoa é capaz de fazer quando busca aquele único sonho…

Embora retrate toda a confusão da sociedade da época, não há contraindicações. O livro é muito curto e a linguagem empregada é simples (considerando a época em que o livro foi lançado), fazendo com que a leitura seja bem rápida e leve. Recomendo a obra a todos que desejam conhecer um pouco mais os costumes da sociedade americana do início da década de 20 ou que simplesmente gostam de um bom romance histórico.



Francis Scott Fitzgerald nasceu a 24 de setembro de 1896, em St. Paul, Minnesota, filho de irlandeses. Vivenciou os excessos da chamada “geração perdida”, que soube exprimir tão bem em seus trabalhos. Ganhou fama após a publicação de seu primeiro livro, “Este lado do paraíso” (1920). Lançou “O grande Gatsby” em 1925. Em 21 de dezembro de 1940, sofreu um ataque do coração que não permitiu que ele terminasse sua última obra, “O último magnata”.

Também é autor dos livros “Belos e Malditos”(1922), “Contos da era do Jazz”(1922), “All the sad young men”(1926) e “Suave é a noite”(1934).

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