Olá, pessoal! Como vocês estão? No post de hoje vou falar sobre um livro que terminei de ler há uns dias: O Menino do Bosque, de Harlan Coben.
O livro começa contando a história de um menino que foi descoberto perdido na floresta, vivendo sozinho. Estranhamente, o menino não se lembrava de nada da sua vida passada, de seus pais ou da casa onde morava antes, como se ele sempre tivesse pertencido àquele lugar. Após ser encontrado, o menino é adotado e passa a viver uma vida “normal” como qualquer outra criança.
Entretanto, conforme os anos passam, Wilde (o menino do bosque) continua demonstrando que seus anos solitários na floresta ainda afetam seu comportamento e seus hábitos. Por exemplo, mesmo agora tendo amigos e família, ele ainda parece preferir não criar laços profundos em seus relacionamentos e viver sozinho. Além disso, por ter vivido tantos anos por conta própria ainda muito jovem, ele tem os sentidos muito mais apurados que as demais pessoas.
E é justamente o fato de ele ter os sentidos mais apurados e uma esperteza fora do comum que o leva a criar sua própria empresa de investigação privada depois de adulto. Conforme os anos passam, ele deixa de ficar ativo nessa empresa e escolhe passar a viver recluso numa cabana na floresta. Porém, mesmo tendo escolhido viver uma vida solitária em meio ao nada, ele precisou colocar suas habilidades à prova mais uma vez quando uma jovem adolescente desaparece nas redondezas. A partir daí, o livro vai se desenrolando contando a história do desaparecimento da jovem e todos os esforços das pessoas envolvidas na investigação.
Bem, pessoal… Tenho que confessar para vocês que não gostei dessa leitura, e são vários os motivos que provocaram isso. Em primeiro lugar, posso dizer pra vocês que senti que o livro tem muita “encheção de linguiça”, se é que me entendem. O livro é lotado de frases e diálogos desnecessários, que passam a impressão de que o autor só estava ali escrevendo qualquer coisa para dar volume ao livro. Além do mais, o livro apresenta diversos erros de sequência, o que demonstra que ele não foi bem revisado e acaba por quebrar a imersão do leitor na história. Deixo abaixo um exemplo disso que estou falando:
“Nenhum dos dois falou durante a curta caminhada até a Mansão Maynard. Ao sol da manhã, o casarão reluzia sobre uma clareira de grama tão uniformemente verde que podia ter sido pintada com tinta spray. O gramado meticulosamente aparado parecia um quadrado quase perfeito, a casa bem no centro, com o que Wilde avaliou que seriam cerca de 300 metros de grama de cada lado até começar a mata. Havia uma piscina olímpica à direita, uma quadra de tênis à esquerda e, nos fundos, um campo de futebol com marcações de cal recém-pintadas.O SUV parou junto de uma cocheira ornamentada. Gavin saiu do veículo. Wilde foi atrás.” (p.184)
Reparem que nesse trecho específico os dois personagens estão caminhando em direção a mansão. Poucas linhas depois, eles estão estacionando um veículo. E aí? Eles foram à pé ou de carro? Parece algo simples, mas a frequência com que isso acontece no livro realmente incomoda e às vezes deixa o leitor em dúvida sobre o que pensar da história.
Outro ponto muito negativo é o fato de haver muito “buracos” na história que não são explicado. Eu diria que o principal deles é o fato de o autor não explorar as origens do “menino do bosque”. Durante o livro todo, Harlan Coben “cozinha” a ideia de como o Wilde foi parar na floresta quando criança… Durante todo o livro, volta e meia Wilde e as pessoas à sua volta se questionam à respeito disso. Mas, a última página do livro chega e nada. O autor não explica a origem de Wilde e deixa tudo na base do mistério. E não é do tipo de mistério que a gente gosta.
Enfim, de um modo geral não gostei do livro. É claro, ele tem alguns pontos positivos como, por exemplo, o fato de haver muitos personagens idosos e mulheres com bastante protagonismo na história. Mas, infelizmente, os pontos negativos superam muito os pontos positivos.