Resenha: Iracema, de José de Alencar

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? No post de hoje vou falar um pouco sobre um dos grandes clássicos da literatura brasileira: Iracema, de José de Alencar. Esse livro, que conta a história da famosa “virgem dos lábios de mel”, foi publicado em 1865 e faz parte da conhecida trilogia indianista de José de Alencar (O guarani e Ubirajara são os outros livros). Essas três obras são consideradas o maior expoente do nosso indianismo romântico.
O livro conta a trágica história de amor entre a índia Iracema e o branco Martim. Iracema é descrita no livro como a “virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira” e “mais rápida que a ema selvagem”, o que faz o leitor perceber que se tratava de uma índia belíssima e ótima guerreira. Logo no primeiro encontro entre Martim e Iracema, os dois trocam olhares e imediatamente se apaixonam.
 
Apesar de Martim ter sido acolhido na aldeia por Araquém, pai de Iracema, o amor dos dois era proibido. Iracema guardava o “segredo da Jurema” e por conta disso precisava manter-se virgem. Porém, todas essas proibições acabaram aumentando ainda mais a paixão entre os dois, que resolvem ir contra todas as regras impostas pela aldeia e concretizar a união… “Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras”.
 
Então, os dois apaixonados se mudam para uma cabana afastada, localizada em uma praia. A união dos dois culmina com a gravidez de Iracema e o batismo indígena de Martim. Entretanto, conforme o tempo passa, os dois vão se sentindo cada vez mais tristes no relacionamento, principalmente por terem se afastado de suas famílias e entes queridos. Certo dia, Martim precisa viajar para uma batalha e quando volta encontra Iracema à beira da morte, resultando num trágico desfecho para essa história de amor.
 
Concluindo, é possível afirmar que o livro é uma grande metáfora do encontro entre a civilização e os indígenas. Ao abandonar tudo o que prezava (povo, cultura, família e crenças) por amor ao branco Martim, Iracema representa a submissão dos indígenas no processo de colonização pelos brancos. Eu realmente adorei essa leitura! O livro é bem curtinho, do tipo que você consegue ler em um dia (eu mesma li ele em uma única tarde). Além disso, a história é muito envolvente e emocionante… Confesso que me peguei chorando quando finalizei o livro. Recomendo demais!  

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