Estudantes e professores experimentam semelhante sensação de desespero diante da Redação. Os estudantes não escondem seu pavor diante de papel em branco. Os professores sofrem um pouco depois, quando a mesma folha volta preenchida, pronta para correção. Tudo o que faltou ao ensino de 1º e 2º graus está ali: um texto tão caótico quanto o raciocínio de quem o escreveu, parágrafos quilométricos, chavões colhidos na linguagem das emissoras de FM e muitos erros de Português, da pontuação à regência verbal, da acentuação à concordância. Alguns erros muito frequentes:
- “A maioria estão descontentes” ou “mais de uma pessoa estavam à espera”. O erro é de concordância.
- “Para mim ir” e “entre eu e ela”. Os pronomes “mim” e “eu” estão trocados.
- “Há cinco anos atrás.” O “há”, neste caso, já indica passado e significa faz.
- “Se eu ver”, “se ela ver”, “se nós vermos”. A conjugação do verbo ver no futuro do subjuntivo está errada. É com i.
- Conceção, excurção, excessão, pichassão. O erro é de ortografia e envolve letras que frequentemente se confundem na cabeça do estudante: ss, s e ç.
- “Esse problema implica em.” O erro é de regência: O verbo implicar não pede em.
- “Ela teve menas sorte do que ele.” A tentativa de concordância é entre o substantivo feminino “sorte” e o adjetivo “menos”.