Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, a, as, o, os, lhe, lhes, nos, vos. Eles podem ser colocados em três posições numa frase:
- Antes do verbo: Não me enganei.
- Depois do verbo: Enganei-me.
- No meio do verbo: Enganar-me-ei.
No primeiro caso, dizemos que ocorre a próclise; no segundo caso, a ênclise; no terceiro caso, a mesóclise.
Usamos os pronomes antes do verbo
- Quando, antes do verbo, há uma palavra ou expressão de sentido negativo, como “nunca”, “não”, “jamais”, “nada”, “ninguém” etc.: Ele não se escondeu | Ela jamais lhe contou a verdade | Ninguém me avisou de nada | Não me diga nada.
- Quando, antes do verbo, há um advérbio ou um pronome indefinido: Sempre te amei | Ninguém o elogiou | Alguém me chamou.
- Quando, antes do verbo, há o pronome relativo “que”: Essa é a aluna que me recebeu na escola | Ouvimos uma música que nos emocionou.
- Quando, antes do verbo, há uma conjunção subordinativa: Quando nos viu, ele começou a sorrir | Espero que nos faça essa favor.
- Em orações iniciadas por pronomes interrogativos: Quem te contou essa história? | Quando lhe disseram?
- Em frases exclamativas ou que expressam desejo: Que Deus te ajude! | Que a vida lhe corra bem!
Usamos os pronomes depois do verbo
- Quando o verbo está no imperativo afirmativo: Levante-se | Explique-me o que aconteceu | Vista-se.
- Quando o verbo está no gerúndio: Beijou a namorada, abraçando-a carinhosamente | A mulher gritou, avisando-me do perigo. Se o gerúndio for precedido da preposição “em”, o pronome vem antes do verbo: Em se tratando de carnaval, não pode faltar sua opinião.
- Quanto à colocação do pronome oblíquo depois de um pronome reto, quando não há nada que influa na posição do pronome oblíquo, este pode ser usado antes ou depois do verbo: Ele se demitiu = Ele demitiu-se | Ela me enganou = Ela enganou-me. As duas construções são corretas.
Usamos os pronomes no meio do verbo
- Quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito: Explicar-lhe-ei essa história, um dia | Explicar-lhe-ia essa história, se pudesse.
- Se, antes do verbo, houver alguma palavra que provoque a ênclise, como um pronome indefinido, um advérbio interrogativo ou uma palavra de sentido negativo, a mesóclise não deve ser usada: Nunca lhe contarei a verdade (e não “nunca contar-lhe-ei a verdade”) | Ninguém lhe contaria a verdade (e não “ninguém contar-lhe-ia a verdade”).
Obs.: A mesóclise não é usual na língua falada e, mesmo na escrita, atualmente seu emprego é cada vez mais raro.